Um pouco de história

ESCOLA JOÃO AFONSO DE AVEIRO
A Escola João Afonso de Aveiro já comemorou 40 anos de existência, o que a todos nós muito honra. Por aqui passaram alunos, professores e pessoal assistente que grandemente contribuíram para o seu bom nome e prestígio. 
A Escola foi criada em 1968, para servir o concelho de Aveiro e outros concelhos limítrofes, resultante da criação do ensino preparatório. Foi inaugurada a 17 de janeiro de 1973, pelo almirante Américo Tomás, presidente da República e designava-se então Escola Preparatória de Aveiro. A 2 de abril de 1987, através da Portaria n.º 261/87, foi-lhe dada nova designação passando a chamar-se Escola Preparatória João Afonso de Aveiro. 
O seu Patrono, João Afonso de Aveiro, consolida a mentalidade do ser aveirense, do espírito de empreendedorismo, esforço, perseverança, conquista, trabalho e desempenho. À sua semelhança, com espírito de trabalho, dedicação e entrega, a direção do Agrupamento de Escolas de Aveiro procura cultivar estes valores em prol do sucesso dos seus alunos.
JOÃO AFONSO DE AVEIRO
“O nome João Afonso de Aveiro figura, com merecimento e relevo, na história impar da gesta heroica dos descobrimentos portugueses e nas páginas da nossa literatura. É cheia de enigmas a sua biografia, em que há perguntas sem resposta claramente demonstradas:
- Será o mesmo João Afonso de Aveiro o homem da literatura e o homem do mar? Em geral admite-se que são dois indivíduos diferentes; mas nada obsta a que sejam a mesma pessoa, que se tenha dedicado não apenas à navegação e ao comércio mas também à poesia na Corte, em boa camaradagem com muitos outros poetas palacianos. Escreveu poemas; o seu nome figura entre os autores do século XV e no Cancioneiro de Garcia de Resende.
- O pronome de Aveiro indicará a sua naturalidade ou será apenas um apelido familiar? Comumente tem-se por sinal da terra onde terá nascido, e isso é-nos extremamente agradável. Todavia, há também quem opine – e com certo fundamento – que João Afonso de Aveiro teria nascido em Coimbra, sendo seu pai Afonso Domingues de Aveiro, o Moço, que por sua vez descendeu de Afonso Domingues de Aveiro, o Velho – este nado, batizado e criado em Aveiro e que, no atual Rossio, adquirira uma marinha de sal. É ainda este Afonso Domingues de Aveiro que nos aparece como partidário do Mestre de Aviz, vivendo em Coimbra, tomou parte nas cortes que aí se realizaram em 1385, como procurador dos concelhos de Coimbra e de Aveiro, para nomearem e aclamarem D. João I como Rei de Portugal. Foi denominado batalhador das liberdades nacionais.
Na atividade marítima, João Afonso de Aveiro foi um dos homens de D. João II que desvendaram os segredos da terra e do mar, no caminho da Índia. Navegou pela Guiné, redescobriu o reino e as terras de Benim e estabeleceu uma feitoria no porto de Gató, para tráfico de escravos e comércio de pimenta, marfim, ouro e outros produtos. O primeiro cronista que se lhe refere é Rui de Pina, na Crónica d’El-Rei D. João II.
(…) João de Barro, na sua Ásia – Década I, atribuiria a João Afonso de Aveiro uma ação decisiva na descoberta da Índia.
(…) João Afonso de Aveiro, falecido na Guiné em 1487, é bem o protótipo dos nossos mareantes que, consagrados às atividades do tráfego comercial por rotas oceânicas, receberam influxos de outras gentes e de outras civilizações e, insensível e concomitantemente, foram alicerçando em si próprios um sentido emancipador de liberdade em face das apertadas e estagnadas tradições ancestrais. In João Gonçalves Gaspar, A Liberdade em Aveiro, pp. 19-21)